A paixão me deixa triste Mas comigo ela não pode O sertão é meu prazer Me advirto nos pagode Eu vejo a perdiz piando No capim barba de bode Ai, vejo a onça esturrando Que chega a tremê os bigode Família pra morar lá Tem que sê família nobre Precisa tê coração Que com nada se comove Eu morando no sertão Nem que meus trabalhos dobre Ai, eu vivo sempre contente Nem que meu ganho não sobre As queixada estrala os dente Igual tiro de revólver Mas com isto eu não me importo Minha devoção resolve O que mais me aborrece É pernilongo quando morde Ai, quando vai escurecendo Naquelas tardes que chove A paca pego no laço Capivara é no forje Pra pescar eu faço rede Teço barba de são Jorge Eu levo a vida cantando Comigo ninguém se pode Ai, só canto moda raiz Se não tem quem me reprove