Dois poetas perdidos Quarentenados na noite Na bala, já para e repara Que eu tô sem pose Olha sem doce Amargo num trago Que desesperado Samira Close jamais imaginou Que em 2000 e em pleno carnaval Puta que pariu Um vírus Que no planeta explodiu Falta verdinha Falta vergonha Falta sanidade Pra dona Cegonha Daqui nove mês Geração quarentena Que explana e envenena Com a boca pequena Usando essa trena Não dá pra medir Ignorante te ataco Com o taco Sem pena Com a voz explodindo Na porra Desse alto falante Foda-se hey Foda-se how As AK Te espera no morro Foda-se hey Foda-se how Os menor Te aguarda no morro Fascista entenda De uma vez A hora que a favela explodir Não vai sobrar nada Cuidado Não vem falar nada Cuidado Racista cê é meu freguês Na bola cê perde Desde que eu nascí Cala a boca e se afasta Arrombado Cala a boca e se afasta Safado Estamos quarentenados Todos mascarados Perigo não é Chernobyl Toma cuidado Gado Bolsonaro Com a tal pandemia De mente infantil Feito o efeito manada Matando em massa Seguindo o líder no Brasil Valdomiro Santiago Mais cedo o Macedo Coloco vocês no barril Tipo Donkey Kong preto Mesmo sem Nintendo O gueto faz o jogo virar Acelero Mano sou sincero Como no confronto tô de HK Inimigos todos esquisitos Querendo conflito Com o próprio quilombo Seus heróis de farda Parecem mandados De olhos vendados Pela Classe A Me bateram Fui chicoteado Prenderam num poste E eu fui humilhado Primeiro agrediram Depois segregaram Ainda descontentes Com a arma atiraram Meus filhos Não aguentaram Vestiram uma máscara preta E um carro queimaram A manchete destaca A notícia Marginais de preto Invadiram a Paulista A cada 23 minutos Acontece uma chacina As fardas são vestidas Com o mesmo rastro de sangue Se nos unirmos Nos enxergam como uma quadrilha Vão confundir também O revólver com meu microfone Tá, tá, tá, tá, tá, tá, tá Mas aê Mas aê Eles tá achando Que a gente vai ficar quieto Vendo nosso povo morrer Hahaha Tão achando que a gente Vai ser pacífico até quando Pode esperar fi A gente tá se ajeitando