Toda vez que eu viajava pela estrada de ouro fino De longe eu avistava a figura de um menino Que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo Quando a boiada passava e a poeira ia baixando Eu jogava uma moeda e ele saía pulando Obrigado boiadeiro, que Deus vá lhe acompanhando Pra aquele sertão à fora meu berrante ia tocando Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei Mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei Vendo a porteira fechada o menino não avistei Apeei do meu cavalo e no ranchinho a beira chão Ví uma mulher chorando, quis saber qual a razão Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão Quem matou