Como ondas a bater sem parar eu tentei tantas vezes te amar, como o Sol, infiltrar em tua pele Fui espinho, ferida e dor, primavera, sutileza de flor Faço tudo pra que não se congele o amor Mas se eu fosse um Deus entraria em teus sonhos e te faria crer que não custa tentar se entregar, pois o puro amor enraíza, e cresce, e vinga O meu pranto tornou-se canção, minha voz, liberdade e prisão Sou apenas um triste poeta a cantar suas juras secretas Se não fosse o breu a cegar meu caminho de tanto amor, eu iria correr e correr até não mais poder sustentar o meu corpo Até não te enxergar e arrancar do meu rosto teu beijo, dos meus poros teu cheiro Há de secar todo pranto pois jamais é perene um amor sem encantos Eu vou gritar aos quatro cantos: não há nada que me desespere, espere!