Será que eu devia passar por você Pensar no ideal que sustenta o meu, ideal liberal Será que eu devia ou faço pra justificar? Que quem machuquei não devia sangrar Até em meio ao caos é possível sorrir e gozar Mas é meu dever ser passível ao sentir? O aperto no peito no observar O que eu já sei, o foda é o peso do presenciar Eu sei que eu devia abstrair Mas olha só como passou por mim Nem sei se eu devia o dever é uma contradição Talvez defenda pra lavar as minhas mãos de sangue E a gota escorre na composição Observo inerte E o aperto invade o meu peito como um punhal E converte o tal do ideal liberal Em distintas posturas Contidas como molduras que observam e digerem Reflete vingança através do flerte Quanta insensatez Abrir mão do sentir-se Por um mero talvez Que em vez de ouvir seus receios Permite os anseios e obriga tais feitos Pra combater a insegurança Mas exclui o quesito respeito Ignora sua própria vontade E a verdade é que é superficial E factual que o retorno por vir Mesmo sem embriagar ou chapar A ressaca moral há de vir Então renuncio do fim Para o tato com meio E enfim, poderemos ser livres Mas dessa vez, sem rancor, por inteiro Eu sei que eu devia abstrair Mas olha só como passou por mim Nem sei se eu devia o dever é uma contradição Talvez defenda pra lavar as minhas mãos de sangue E a gota escorre na composição