Epa, arreia em queda-livre Arranca um fio da barba de Deus Rouba do diabo um chifre Pois o fundo do fundo Não era tão fundo assim Sem carona na cauda dos cometas Sem atingir o meio-fio da sarjeta Já é hora de cair em si Pra cima e pra dentro de si Sem fim De ponta-cabeça no clima Nos trópicos e outras rimas Arrasta a última nuvem Empurra a última estrela Equilibrada no céu Do arranha-céu estrelado Pra fora, pra baixo E do outro lado da noite Os dedos deixam escapar o sol Que cai contigo numa tarde vermelha Os dedos tentam escalar o céu Que inverte o abismo em plena lua cheia De ponta-cabeça no tempo Um vice-versa no escuro De ponta-cabeça no tempo Um vice-versa é sempre um vice-versa De ponta cabeça no tempo Um vice-versa no escuro E como uma cachoeira que deságua no mar Faz da queda o seu vertiginoso