Dos passeios de mão dada à beira rio, dos olhares e dos sorrisos que toda a gente viu, Das paragens d’autocarro em que falamos do tempo E das noites frias em qu’a chuva Trouxe o vento... Dos abraços que trocamos em tantas ruas E do céu em qu’as estrelas eram todas tuas, Dos copos vazios que deixamos no café, Dos segredos que trocamos quando atravessávamos a ponte a pé... Será qu’é saudade, ou revolta da vontade de te ter? Se no fundo o que fizemos de mal foi ter amado em Vila Real O cheiro desta cidade vive em quem cá mora Sente-se quando se sai dela pr´a fora E coração como o nosso sempre que não o sente chora... O tempo nesta cidade não tem minuto nem hora Troca as voltas a quem por ela s’enamora Rainha de tanta beleza qualquer homem ao vê-la cora...