O olho sobe como um balão estranho pro infinito Sobrevoa a cidade num olhar Parecendo estar perdido Como um navio em alto mar O olho mareja Tanto mar, tanto mar! Como diria Jean Vigo Em plena projeção Um filme em nitrato azul Puro lirismo Olho para o acento circunflexo Uma gaivota! E ela atravessa o homem e uma câmera E termina o poema de Juan Brossa Há alguém discando M para matar Há alguém tentando se comunicar pelo Código Morse Há alguém em busca do tempo perdido em algum esconderijo Há uma clepsidra marcando em água forte tua gravura Teu sorriso é feito de mil palavras Tão sutis como segredos tão gigantes Que estremecem ao menor movimento Ao menor toque Tomba a Torre dos Ventos E ergue novos castelos na Espanha