Infinito é o corpo diante do espelho Entretanto sobre teus olhos exatos desfazemos nossa angústia? Em teus fios vertemos nossas lágrimas? E no enredo do teu ser nos inventamos? Reflexo do pó Anoitecer indecifrável Intrincado e sólido Na superfície da memória O arrependimento mastiga uma cor sem nome E entre seus dentes de espanto Ruídos Silêncios Onde andará a antiga face que agora se mascara com lembranças para sobreviver? Onde se desfaz o enlaço das linhas que hoje são intrínsecas? Palavras se rompem nas sombras solúveis Transbordando um cálice de substâncias opacas Translúcido e terrível o instante se faz Tudo tem um sabor de solidão E um Deus reina em sensação lancinante