Nós erguemos esta noite Dos restos de uma deusa E inebriamos em seu cálice imortal Adentramos a madrugada Como mortais ébrios de sonhos lúcidos E violentas ilusões Domamos o instante Dilaceramos os silêncios E rasgamos versos de paixão Dissecamos paisagens Inventamos vocábulos a esmo Como dois selvagens Encontramos a serpente e a maçã Mas não o pecado Perdemo-nos em nós mesmos Avistamos o além Um pedaço do nada Algo distinto de tudo