Um molotov que voa da mesma mão Do mesmo dedo Que apontava pra lua mais cedo e dizia Olha lá! Ainda bem que ainda tem dedo pra apontar Mesmo que seja pra lua Mesmo que seja pra fora Mesmo que seja na trave a bola Menina preta da bota ao moletom Que foi sem medo Ou foi com medo, com tudo, sem nada na manga Foi tentar! Vira que vira e revira cambalhota Fogo na mão da guria Tratado de poesia Queimando na avenida Quando o amor tá na mesa Na contramão da certeza Neguinho nunca escreveu em vão Foi na contramão da certeza E o mar se abriu ao meio Um lado sim, outro não E nessa contradição A onda veio! Ponta de lança que dança na multidão Não é brinquedo Vão-se os anéis, fica o dedo que aponta pra lua Bora lá! Bora pra lua se a lua for o lugar Se for o que a gente queria Tudo que se escrevia É só lançar na garrafa agora Quando o amor tá na mesa Na contramão da certeza Neguinho nunca escreveu em vão Foi na contramão da certeza E o mar se abriu ao meio Um lado sim, outro não E nessa contradição A onda veio!