Na Rua do Ouvidor Alguém levou e ninguém viu Foi no meio do samba A mão no bolso, ninguém viu E até a atenção se dispersou, sambou também E aquele burburinho burburando até parar O centro da cidade no que tem de singular! Na Rua do Mercado O camelô trocou olhar Menina das miçangas Encarou, trocou olhar E disse ao camelô que a fantasia é real Enquanto ele estendia o troco em três notas de dez A arte do Real sempre exigiu samba nos pés! Vida é uma coisa singular (O plural de vida é vida) É uma coisa singular Mas foi lá na Quitanda que o negócio verdejou Na Rua da Quitanda em se plantando tudo dá O garoto vidrado na vidraça do bistrô E o contrato na mesa que o dotô vai assinar Malandro que é malandro quando chega já voltou! Vida é uma coisa singular (O plural de vida é vida) É uma coisa singular