João cruzou na estação Deco cedeu o lugar No metrô No coração Esbarrou Gabriel na catraca Canta um refrão em voz alta Nem notou Sebastião Luís, um psiu no sinal Na obra, assovio geral Na dela, um deserto na multidão Na chuva, ela vai se molhar Na rua, ela quer figurar No rádio, bombando um funk pancadão Distraiu, decolou, partiu do chão Onde era vento, rajada, onde era Sol, radiação Vacilou, acordou de asa na mão Quem decora o paradeiro no baque da solidão?