Tão sozinha na calçada Vendo gente a passar O teu corpo tão pequeno Qualquer um pode levar Apenas uma jovem criança, se olhando no espelho Vendo sua beleza, imaginando a vida de modelo Os holofotes em um vestido preto Salto agulha, destacado num batom vermelho Passa como um filme, em minha mente Tento não lembrar Pensamento ligado nela (mãe) como não chorar Sentimento de impotência ao me atormentar A fantasia da luxuria me colocou neste lugar Enganada, traficada, escravizada, sodomizada e espancada Como pode o sonho da minha vida Me trazer pra este pesadelo Sendo obrigada a padecer neste cativeiro Tão sozinha na calçada Vendo gente a passar O teu corpo tão pequeno Qualquer um pode levar Não tem como uma menina virar modelo Não dar notícias, não ser capa de revista Tinha sonhos alguém os apagou Tirou seu brilho quando a escravizou Exportada como mercadoria A mulher perde o sentindo da vida A justiça no pais se mantem muda No momento só o disk 100, não me ajuda São poucos órgãos, sem preparo e informação No combate ao tráfico e a escravidão Não tem classe, cor, credo ou religião O que importa são os lucros que virão Nem que eu tenha que rodar o mundo Inteiro (filha) vou te tirar deste pesadelo Tão sozinha na calçada Vendo gente a passar O teu corpo tão pequeno Qualquer um pode levar