Eu olho ao redor e tudo que vejo São pessoas quebradas e sem fé Lares destruídos e dizimados, corpos nos becos, mutilados Profissões de bêbados e viciados Segundo o legado de suas sinas Homens que perderam senso de direção E correm na contramão, atropelando a si mesmo A cada vômito, a cada forte efeito Na disso parece causar espanto A não ser a falta de tudo isso Crianças aprendem a transar, enquanto outras a roubar Cheiram cola, cocaína Na vida que mal começa e já termina Empunham armas de nariz em pé Como se fossem armas de brinquedo Andam perigosamente e jogam com a sorte Imaginam agir de modo perfeito e nada intimida, Nada Vários butecos abertos varias escolas vazias Nada disso parece causar espanto a não ser a falta de tudo isso Sobre a sombra desses fatos Andamos, caminhamos como uma doença Um quebrante infalível que persegue implacavelmente Aonde quer que se vá e trás a morte Como cura infalível já que em vida nada cessa E nada faz parar Visivelmente percebe-se olhando Que nem sempre o progresso é ascendente Aos poucos ele míngua Inevitável vai passando de mão em mão De frente para trás, de trás para frente Produzindo vítimas, filhos de ocasião Mãos que ferem e são feridas Muitos são aqueles que assim estão Entregues ao vento, cobertos de dor e sangue Carentes de atenção Só se interessam na próxima arma, vítima, veneno Destruição, alto-degradação... E mais Mas logo a poeira dessa confusão senta Eu olho e digo descanse em paz Descanse em paz, Descanse em paz, Descanse em paz Vários butecos abertos varias escolas vazias Nada disso parece causar espanto a não ser a falta de tudo isso