Venosa

Abalada (part. Vaine)

Venosa


Mais um rosto pervertido
Novamente invadindo minha casa
Ganhando meus ouvidos
Ah, eu quero resistir
Mas seu discurso pegajoso me abraça e eu vou

Bala abadá balada
Arrasta a multidão
Grana, alta sociedade
Olho do furacão
Doce dança da vaidade
Na televisão
A libido abalada
Ao som que racha o chão

Era dos soldados mortos
E poetas de línguas dilaceradas
Vivendo a pão e circo
Mais duetos repetidos
Sobre o amor em poesias desgastadas
O amor que é tão bonito

Bala abadá balada
Arrasta a multidão
Grana, alta sociedade
Olho do furacão
Doce dança da vaidade
Na televisão
A libido abalada
Ao som que racha o chão

Compre a fórmula
De uma pessoa especial
Soluciona
A falta de inspiração
Quem se importa
Consumo de uma geração
Que aborta qualquer sentido de razão

[Vaine]
Então, me diz quanto vale um coração
Feliz que dispare com alguma canção em meio à multidão
Que de fato te toque, que você repare
E "tamo" tudo perdido, sem verdade não funciona
Eu escuto milhares de graves que batem no peito mas não emociona
Ninguém sabe bem o que diz, engole o conceito e vai reproduzindo
Ou no caso, postando na rede quando o silêncio era mais que bem-vindo
Ninguém escuta ninguém, então "pai, afasta de mim"
Brigando na net, buscando confete, lembrou Geni e o zepelim
Às vezes eu penso demais e nessa viagem me entrego
A vida estressa o rapaz que busca no like massagem pro ego
A grana manda no jogo, critério bem discutível
Minha arte não é descartável, o meu valor não é perecível
Relações vazias, espelho do que consome
Tempos de mau contato não só no cabo do iPhone

Quero ser aceito
E não posso pagar o preço (eu vou ser mais mano, bem maior)
Quero ser aceito
E não posso pagar o preço