A ilusão já deixei no passado E o futuro é de Deus, ninguém mais O caminho é duro, de fato Mas se faz como dores de parto Que preparam e empurram a criança pra alegria e pra dor que é viver Como um inverno intenso e cruel que prediz primavera e bem Quem supera seus medos, fracassos Quem aceita ser forte e ser fraco É prudente quem a si não mente Quem não esconde que é gente e que sente Quando a noite é difícil e castiga Quando a porta se fecha e a vida Perde a cor quando quem se ama vai Quando o seu melhor não basta mais É a vida É a sorte, é a morte, é a vida É a estrada, é norte, é a vida É a vida A ciranda do tempo é intensa E as verdades nem sempre se aguentam A estrutura da alma se abala E o mais sábio dos sábios se cala Ante as dores que em si, sem resposta Mostram se a fé é viva ou morta Provam e expõem onde se ancorou a confiança de quem já cansou É a vida, é a vida, é a vida É o bem é o mal é a vida É a noite é o dia é a vida É a vida, é a vida, é a vida Quando sobe a oração do aflito E o silêncio do céu é infinito Quando o plano é perfeito, mas falha E a resposta esperada é negada Sejam firmes teus passos no escuro Seja viva em você a lembrança De que o medo faz parte da dança E que o pão da tua alma é a esperança É a vida É a sorte, é a morte, é a vida É a estrada, é norte, é a vida É a vida É a vida, é a vida, é a vida É o bem é o mal é a vida É a noite é o dia é a vida É a vida, é a vida, é a vida É o luto é a festa, é a paz é a guerra E o amor é a dor, é o sonho é o horror É o doce é o amargo, é o voo é o abismo É a vergonha é a glória, é o mito é a história É o berço é o túmulo, é o simples é o cúmulo É o amor é o ódio, é o trabalho é o ócio É o bom é o mal, é o mar é a nau É a vida