Pelas ruas e avenidas Corre sangue, corre vida Vidas que pulsam, vidas contidas, vidas perdidas Por trás dos vidros dos carros e prédios Da lente escura, a dor e o tédio Cenas de gente abandonada e sem remédio Tranque sua porta, Ligue seu alarme Solte seu cachorro Hora dessa a fome Vem cobrar da gente E não vai adiantar pedir socorro, socorro, socorro.... Triste cena nos faróis e esquinas Indigentes, loucos, viciados Não adianta mudar o olhar, pois do outro lado tem um punhado Se existe dor que corta a alma! Mais que dor de ouvido ou de dente?! É a dor da fome que não espera, ela não mente