Há tempos que venho sentindo na boca o gosto Do inverno tão calmo e macio de tua pele, o teu rosto Do beijo roubado na hora de ir E sair pelo rush da rua e te ver sumir Há tempos que um tchau soa como um adeus, tão eterno Tão frio e distante, tão triste e sem fim, um inferno Tão olhos tão perto e tão longe dos meus E o desejo mais forte que nunca se afunda no breu Há tempos que um vento vem batendo em mim Gelando minhas mãos, me virando do avesso E descompassando meu peito até o fim E o pior de tudo, eu sei, é só o começo Há tempos que o sonho já não chega mais só Mas vem todo envolto numa teia de medo Que é bom de sentir, mas não desfaz o nó Que me faz lembrar que já não é mais cedo Tão tarde, tão longe. Só agora, só longe Tão tarde, tão longe. Que pena, tão longe