Uma ladeira, ribanceira, pirambeira Armadilha, ratoeira, uma clareira Uma flecha tão certeira é assim teu olhar É uma cacimba bem barrenta Me deixa em câmera lenta É uma vasilha de água benta Que eu queria, mas não posso e nem devo tocar Morro de sede em frente ao mar do teu olhar Mas vou feliz se eu conseguir o que eu mais quis Trazer você pra bem juntinho de mim É um disparo, um tiro certo, mas é incerto Que eu consiga ficar perto e eu me sinto descoberto É um deserto não poder te abraçar Então respiro, dou um suspiro e você passa Eu te admiro é uma cegueira sem colírio Até transpiro de pensar, de imaginar, te beijar No céu do mar do teu olhar vou namorar Viver feliz se eu conseguir o que eu mais quis Trazer você pra bem juntinho de mim Teu olhar é uma armadilha que prende o meu coração Teu olhar é aquele que me liberta de toda razão Teu olhar ainda vou me curar desse querer dentro de mim Andei disperso no universo do meu verso Tão imenso, tão imerso, tão intenso, controverso Que nem uso e nem ouso lembrar Só sei que estive angustiado, mal humorado Injuriado, entristecido, desprovido Desvalido, dividido entre sofrer e chorar Até vazar o azul do mar do teu olhar E me inundar, me resgatar, me achar feliz Trazer você pra bem juntinho de mim