Quem era menina cabocla, num rosto sereno qualquer Me fez tão pequeno, um menino num leito servil de mulher Quem tinha inocência na boca e na barra da roupa um balé De beijos, velou meu destino em cabindas e batucajés Fez a morada em meu peito, e assim, namorada Minha cara! Criatura tão festejada dentro do coração Frio e calor nessa estrada Que vai dar pra bem mais que o Sol Tente apagar meu Sol! Sem seu amor, não sei nada O dia ficou mais bonito, por tantos caminhos cruzei Segui pelo tempo infinito, feitiço no olhar, viajei E como num doce castigo, verdade ou delírios, voei E as asas de um anjo caindo, seus braços pedindo, salvei Fiz a morada em meu peito, e assim, namorada Minha cara! Criatura tão desejada dentro do coração Frio e calor nessa estrada Que vai dar pra bem mais que o Sol Tente apagar meu Sol! Sem seu amor, não sei nada Na espera, se aprende o respirar Ouvir o som do silêncio e o barulho no ar Do tempo cantando, contando, contendo Os badalos dos sinos sedentos E louco, me jogo no mar! Contemplo-o, naufragar é preciso Como se Freud, explico Se der pra ouvir teu sorriso, se morro ou se fico Não quero saber de juízo!