Eu saio pro campo ainda com sereno
E o Sol missioneiro repontando a aurora
O pingo estradeiro por entre as carqueja
Vai trocando orelha, chuleando as esporas
O cabo do mango escora meu braço
E ao ringir dos bastos, embalo o trotear
Encurto distâncias, esqueço o cansaço
Enfrento mormaços e frios de amargar
Relíquias da vida campeira
Missioneira que não tem igual
Sou feliz bem aquerenciado
Num reino encantado tão xucro e bagual
Essência crioula campestre ritual
Meu pago Natal e meu dom campesino
Meu chão Colorado com berros de gado
E o ofício que herdei desde menino
Eu trago o Rio Grande estampado no rosto
E a alma de moço grudada os tentos
Buscando meu rumo com Deus eu me aprumo
E a força pras lidas eu busco nos ventos
Venço as agruras e corto distâncias
Recorro as estâncias, disposto ao que for
As vezes tropeando ou então repontando
Gados com chuva nalgum corredor
