Nasci no campo No lombo de uma coxilha Invernada é minha trilha Nos afazeres da estância Pra mim a lida É um trabalho sagrado Saio pra juntar o gado E pouco importa a distância Mas é preciso Bom cavalo e cachorro Às vezes estão no morro Na sombra de um capão Toco com calma Essa boiada teatina Pra receber a vacina No brete do mangueirão E as ovelhas A noite vêm ao potreiro Junto ao galpão e celeiro Pra ficar em proteção Soltas no campo Ao cair da madrugada Muitas delas são roubadas Cada vez tem mais ladrão Há muito tempo Era bem mais sossegado Se tinha roubo de gado Pouco atingia o gaúcho Mas hoje em dia Invadem e vão carneando E sobre o campo deixando Cabeça, pelego e bucho