Aquele piá que brincava de boiada Enforquilhado num bambu era tropeiro Os corredores que trilhou quebrando geada Nunca passaram dos limites do terreiro, Naquele espaço foi cercando uma invernada Fez a pastagem pra engordar gado de corte Tinha um galpão com fogo logo na entrada Frente ao contrário do minuano vento forte. E assim foram muitos campeiros forjados Uns domadores, outros peões ou fazendeiros Alguns se foram povoar outros estados Todos gaúchos do garrão sul-brasileiro. Na terra fértil foi semeando sua vida Cravou raizes que brotaram desse chão A brincadeira foi empurrando pra lida E aquele piá se transformou em peão, Campeiro nato se firmou na trajetória E foi viver a realidade lá da estância Em muitas noites no silêncio da memória Escuta vozes relembrando sua infância. E assim foram muitos campeiros forjados... É bom sonhar com as coisas boas da vida Que trazem paz e alegria ao coração Aquele piá e sua história nos convidam A relembrar as brincadeiras do rincão, Ainda lembra quando morava pra fora Que a mãe pedia, filho ajuda por favor Vou à cacimba buscar água pra senhora Cortar a lenha e carregar do picador. E assim foram muitos campeiros forjados...