Vem corcoveando no peito Como quem sente as esporas Não é potro, é inspiração Pedindo cancha pra fora Então eu abro a porteira Em noite de pirilampos Na mais plena liberdade Solto esses bichos pro campo. São pensamentos dispersos Com cisma de aporreados No lombo de versos xucros Até que sejam domados. Porteira aberta relincham Retoçam em disparada E quando a sede atropela Vão saciá-la na aguada Assim são meus pensamentos Com manotaços pra cima Peleando por liberdade Pra se soltarem na rima. São pensamentos dispersos... Quando arrocino dou rumo À lida, ao freio e lombilho Com prenda sobre o selim Andar sereno e com brilho Assim mantenho a tropilha Nos cascos da competência Povoando de puro sangue Os campos desta querência. São pensamentos dispersos...