Já nasci enforquilhado No lombo chucro da vida Imponência em mim acampa Pra dominar esse pampa Os costumes e a lida, Andar trajado a rigor Faz parte da minha sina Uso embaixo desse céu Bota, bombacha e chapéu E um pala de lei por cima. Por ter a sina de peão Escuto onde quer que ande Gritando em meu coração As tradições do rio grande. Com a faca bem afiada Vou fazendo a castração Não tem bezerro valente Quando meto o ferro quente Nos dias de marcação, Nas campereadas da vida Já conquistei meu espaço Na luta dentro da arena Não preciso das chilenas Pois derrubo o boi no braço. Por ter a sina de peão... Nos rodeios aonde vou Conheço bem o que faço É próprio da minha estampa Acertar nas duas guampas A armada do meu laço, No potro salto pra cima Pra descer não tenho hora Pra que montem de buçal Faço render-se ao bocal E a roseta das esporas. Por ter a sina de peão...