Sertão caboclo Amanhece o dia Os passarinhos fazem festa E o ar puro da floresta me invade O peito adentro É mais um dia, de esforço e labuta Muito calo, muita muita luta Pra ganhar o meu sustento Gosto de ouvir O gemido da porteira Junto ao pé de laranjeira Moradia do orvalho De tardezinha, me banho na cachoeira Sobre a sombra altaneira de um velho Carvalho O Sol penetra entre as folhas, tão amável! Seu calor é agradável e quase sempre Me consola Enquanto a canção me enlaça o pensamento O vento brinca travesso, com as cordas Da minha viola A Lua cheia, faz seu show por trás serra Lança o manto sobre a terra Com um brilho encantador! E nessa hora, da saudade de Jurema Lentamente o peito queima E eu me torno um cantador Aqui no campo, todo amor nunca é pouco Junto da mãe natureza por esse sertão caboclo Aqui no campo toda paz é poesia Liberdade nunca tarda Nem tampouco alegria