O amor quer abraçar e não pode A multidão em volta, com seus olhos cediços Põe caco de vidro no muro Para o amor desistir. O amor usa o correio, o correio trapaceia, a carta não chega, o amor fica sem saber se é ou não é. O amor pega o cavalo, desembarca do trem, chega na porta cansado de tanto caminhar a pé. Fala a palavra açucena, Pede água bebe café, Dorme na sua presença, Chupa bala de hortelã. Tudo manha, truque, engenho: é descuidar, o amor te pega, te come te molha todo. Mas água o amor não é.