De papel de céu se cai o véu O mel escorre no canto da boca Rouca a pouca voz que diz Eu sempre tive alergia a giz Mas fiz essa escada O leão que ruge é só papel Mas suas garras são de prata, origami, arame Mesmo que o peito inflame E sempre tão sutil Eu vi, a acrobata de éter Que se dedica ao trapézio Só pra ficar mais perto de si Só pra ficar mais perto Coberta de tule branco a lua De agora em diante é também sua Nunca vil, nunca vi Sofrer de amor assim Com tanta elegância