Moro num rancho modesto Bem no subir da montanha Na beira do ribeirão Onde a pintada se banha Onde o rio faz um remanso E as águas se emaranham Capivara vem de bando E no barranco arrebanha Gosto de viver no mato Daqui eu não saio mais A floresta me sustenta Com produtos naturais Me alimento de peixes E também de alguns animais Meus remédios são raízes De plantas medicinais Pra matar a minha sede Eu bebo água de mina Ela desce lá da serra Geladinha e cristalina As noites de lua cheia É uma beleza divina Armo a rede na varanda Nem ascendo a lamparina Eu tenho um poço cevado Onde pesco de caniço Assim passo o dia inteiro E adoro o meu serviço Respeitar a natureza Sempre foi meu compromisso É assim que leva a vida Este caboclo castiço