Caboclo nasceu na roça Distante da poluição Numa casa de barrote É a sua bela mansão Janela de sua casa Serve de televisão Contemplando a natureza Ele vê anta beleza Que Deus criou no sertão Caboclo levanta cedo Pra tratar da criação Enquanto ele tira o leite A mulher vai pro fogão Preparar sua comida Dentro de um caldeirão Ele pega sua enxada Que já está bem preparada Pra cuidar da plantação A tarde volta pra casa Com muita satisfação Toma um trago de cachaça Que guarda no garrafão Para tomar o seu banho Desce lá pro ribeirão Quando ele entra na cozinha Sua janta está bem quentinha Lá na táipa do fogão Caboclo tem pele queimada Do sol quente do verão Tem a sola do pé grossa De tanto pisar no chão Sua caneta é a enxada Que faz o calo na mão Caboclo não tem vaidade Fala com sinceridade Tem Deus em seu coração Ele pega sua viola Pra cantar sua canção A moda ele mesmo faz Porque tem inspiração Seus versos são bem trovados Feito com dedicação Canta agora em voz macia Não fala em pornografia Porque tem educação