Vivo triste amargurado Eu sou lá de Antônio Prado E não tenho um caminhão Mas com a safra da uva Este ano a coisa muda E compro um diabo de um filtrão Dizem que dá muita sorte Transportar cebola ao norte E vinho em garrafão Viajo alegre com Juliana Na Volta trago banana De São Paulo à Jaguarão Numa curva e num lançante Vou firme no volante Abro buzina e sineta De repente um valentão Me cruzou na contramão E jogou-me na valeta Senti a cabeça doendo A barriga se enchendo Pois a coisa ficou preta Só ouvi um assobio (E me corta um par de fio) Porco cão quase que perco a carreta Para me livrar do cano Vinha vindo um italiano Eu acenei com a mão Estranhou tanta fumaça Acho que foi a carcaça Ou a cruzeta do filtrão Graças ao meu companheiro São Cristóvão padroeiro Pus na estrada o caminhão Já deslizando na pista Vai feliz o motorista Transportando a produção Vou reduzindo a mudança Logo ali está a balança Vem o guarda da semana Vai no carro faz revista Diz boa viagem motorista E pisca o olho pra Juliana Caminhoneiro bom chofer Venha de onde vier É uma profissão bacana Rindo, cantando ou chorando Amanhã estarei chegando Com outra carga de banana