Eu fiquei preso na sua ditadura Que na terra insistiu em voltar Arrancando os olhos de qualquer criatura Que a boca insistisse em falar Como se não houvesse ternura E nunca aprendesse a amar Agora eu sobrevivo com a minha loucura E já não dar mais pra alguém me calar Eu não vejo mais flores no campo Nem gente cantando alegre nos bares Na boca agora tem um grampo Calando a voz desses rapazes Mas a minha voz não se cala Enquanto nesse mundo Ainda houver cartazes Onde possa colar Calando a boca de quem me atrasa Eu vou subir a rampa do morro E olhar na cara desses capatazes Que apesar de tudo querem me esfolar vivo Como se eu tivesse medo E fosse cair no choro Eu não vejo mais você Do mesmo jeito que eu via antes Você atrasou o meu viver Nessa terra de gigantes Me obrigou a querer morrer Com a sua tromba de elefante Quis lutar e aparecer Agora engula os seus desplante