Serar que vai chover E molhar os meus sapatos Água pura de beber Ou de lavar carrapatos Será minha sina E a de tantos outros Andar por aí engasgado Com tantos ratos Assim no poder O que será de você? O que será de nós todos? Quando o sonho virar esgoto E a nossa cara Ser esfregada no lodo Será que vamos obedecer A tudo isso? Ou caberá à nós resistir Mas quem vai arriscar Ou pagar pra ver Com tantos gestos, tantos sinais Os olhos há de nunca piscar E sempre ficar atentos Pro o que possa te acontecer E quando te confiscar Só vai te sobrar um lamento Será que vamos pra frente? Com tudo te arrastando pra trás Alguns plantando a semente E outros arrancando essa paz O que será desse mundo Dessa moda desumana Que grita, corta e te joga no fundo Cada dia da semana É um masacre Uma certa penitência Que já não dar mais pra crê E ainda nos pede obediência O que será afinal De tudo o que já conquistamos Aquele amigo legal E tudo mais que amamos Será o fim de tudo isso Ou será esse O começo de todo fim?