Salve, estrangeiro! O que quer por esta terra? Se está só de passagem Não há motivo para guerra Mas se quer o rio Para além de água tomar Melhor seguir seu rumo Mretetêna aqui ficar Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Viviam seus dias Com terra seca e molhada Na floresta, a vida No céu, a revoada Em volta da árvore Mãe, mulher, irmã Comida, canto e dança Antah, charé, schahtâm Dorme tranquilo, irmão Acaiaca vai proteger Descansa, guerreiro Puri Com Acaiaca nada temer Dorme tranquilo, irmão Acaiaca vai proteger Descansa, guerreiro Puri Com Acaiaca nada temer Era casamento Noite de Lua linda Cacique ouve silêncio Então, o que se brinda? Rajadas no horizonte Nenhuma nuvem no céu Da vida secou a fonte Ao longe um fogaréu (Poteh!) Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Procura-se a árvore Já não está lá Carvão e cinza quente É o que há em seu lugar Agoniza Acaiaca O grande protetor Triste sina desse povo Imerso em sangue e dor Mpó, mpó, mpó Cadê mpó, mpó, mpó? Cadê mpó, mpó, mpó? Cadê mpó, mpó, mpó? Pés sem dedos Marcas até no cascalho Homem branco na espreita Fico ou batalho? Chefe diz que não (Kandl’ô!) Jovem afirma o sim Irmão mata irmão Puris triste fim Mpó, mpó, mpó Cadê mpó, mpó, mpó? Cadê mpó, mpó, mpó? Cadê mpó, mpó, mpó? O que é que houve? Pajé logo entendeu A tribo traída Por traída morreu Quanta desgraça! Mas onde é que está Nosso protetor Nosso Tupá? Mpó, mpó, mpó Morreu mpó, mpó, mpó Morreu mpó, mpó, mpó Morreu mpó, mpó, mpó O sangue derramado É sorvido pela terra Já não se tem o cajado Mas o que sobrou da guerra Nunca mais haverá canto e dança Da boca do pajé, palavras de vingança Quem pela pedra matou, pela pedra morrerá À ganância do branco, a tumba dará lugar Seu corpo está frio, irmão Porque Acaiaca foi tombar Sono eterno povo Puri Anhangá vai vingar Seu corpo está frio, irmão Porque Acaiaca foi tombar Sono eterno povo Puri Anhangá vai vingar Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó Mpó, mpó, mpó