Reza a lenda que Iara Por sua beleza rara Era estrela na ocara Uma índia encantadora Por isso, recebedora Dos elogios paternos Mas ante os olhos fraternos Da inveja atiçadora Seus irmãos não suportavam Aquilo que observavam Sua morte planejavam Até ser chegado o dia À noite, quando dormia Tentaram cumprir o plano Mas aquilo foi insano Iara mui bem ouvia Aguçada a audição Essa movimentação Percebeu, e a reação Depois de escutar as vozes Foi matar os seus algozes Fazendo isso fugiu Pegá-la o pai conseguiu Punições eram ferozes No encontro de rio famoso Solimões, tão caudaloso C'o Negro bem grandioso Pelo pai pajé jogada À tona depois levada A garota da aldeia Numa formosa sereia Foi por peixes transformada A figura estonteante Cabelo longo, brilhante Melodia cativante Ela canta, irresistível No fascínio indescritível Os homens sempre deliram E dentro do rio se atiram Seduz de maneira incrível Eis a história resumida Da Mãe d'Água conhecida Pelos índios tão temida Por causa de seu poder Se chega o entardecer Não passam perto de rios Porque sentem calafrios Têm medo de se envolver