Zamburei, atotô, aiê ieo, agoiê (E o negro chegou) O negro chegou às terras da Bahia No tempo do Brasil colonial Com seus costumes e crenças, fé sem igual O delogum, mareou todo o povo do mar Netuno a participar das louvações da rainha do Aiuká Uma pedra, uma concha Pedra e concha têm areia Quem mora no fundo do mar é sereia E o povo da terra em romaria Integrava-se à magia Os saveiros dos milagres No azul-verde do mar Senhores, sinhazinhas arrumadas E os pregoeiros a gritar: Tenho frutas, balangandãs Vem comprar para a deusa do mar lhe ajudar Hoje a festa continua E a raça se iguala Cantos e batuques anunciam O mar baiano em noite de gala Muçurumim, nagô Omolokô, Congo e Guiné Atotô de Zambi-rei do Candomblé