Da periferia, a realidade agora veja Bares lotados, pinga e muita cerveja Final de semana quebradas agitadas A maldade está a solta, mentes alucinadas Os moleques da área fazem a cabeça Palavra positiva aí não se esqueça É sempre assim curtindo no mocó Só viajando na erva ou no pó Na rodinha só os considerados Pare, pense ou estará encurralado Túnel sem saída, tempo perdido A juventude agora rir diante do perigo O mais famoso por aqui é o oitão Clik clek, matando os irmãos Olho em minha volta e só vejo migalhas Sistema elitizado e a justiça é falha O que sobrou pra nós é quase nada Difícil mesmo, sem história, sem farsa A realidade, maluco, é dura é triste E herói bandido não, não existe Só aproveitadores, mais uma eleição Chega, fala aí engana o povão Que leva a vida como pode Empurra com a barriga Corre atrás ou foge Pra molecada a diversão que há É bater um futebol antes da noite chegar Só queria ter motivos pra sobreviver De cabeça erguida, esse é o relato da periferia Da periferia Eu só queria ter Chegue venha ver tire sua conclusão Mas se quer uma ideia não se prenda à ilusão Porque cê tá ligado que aqui é assim Um vacilo, maluco, e pode ser o seu fim Em cada esquina, em cada beco A população já vive no desespero Aprisionada por suas próprias casas O estudo é uma merda, os professores tão em falta O povo vive e convive com a violência o tempo inteiro É longo o roteiro. Muita miséria, muita indignação O povo quer trabalho, correr atrás do pão É duro começar o dia sem ter o que comer Chegar à noite barriga vazia o que fazer São poucos os recursos, é longo o desespero, meu Deus Me acorde desse pesadelo Tiros, tiros, dor, morte, muita gente em desespero, o povo sofre Pede pelo alívio, um suspiro profundo A paz é o remédio que precisa o mundo Que precisa o mundo Só queria ter motivos pra sobreviver De cabeça erguida, esse é o relato da periferia Da periferia Eu só queria ter Mais uma vez tudo começou A mesma rotina, o mesmo terror As marcas de sangue ainda estão por lá Caguetando a noite passada, tiros pra lá e pra cá São provas que alguma coisa não vai bem Segurança só de Deus, então, diga amém Periferia um palco aberto O futuro é agora, o amanhã é incerto Ideias oposta, juventude perdida As drogas, o inimigo que acaba com a sua vida Aos poucos, verdadeira ilusão Bares pra todo lado no momento curtição A violência tá demais cada dia aumenta mais De noite ou de dia não importa a hora São vários pipocos na porta da escola Tudo que não presta encontra fácil por aqui Uma arma na mão faz o moleque sorrir Faz uma mãe chorar Uma lágrima descer, muito sangue jorrar Muita gente sofrer E a estatística só se confirma Assim auto se destrói a periferia Eu só queria ter motivos pra sobreviver De cabeça erguida, esse é o relato da periferia Da periferia Eu só queria ter