Calor dos diabos um sol de rachar a garganta seca que chega a amargar, Tá cansado de andar, mas não pára nem pra pensar, Que desde que nasceu teve uma vida sofrida Trabalhando duro em troca de comida -O retirante, qual é a tua graça? -O meu senhor, eu sou o João da Praça, -Que acredito na sua promessa de melhora, -Que vem de um povo que ainda espera e chora, -CHORA! Mas ele chora de raiva Por que sabe que espera em vão Nas costa a trouxa, na cintura o facão, Na barriga fome e no coração! A esperança! De que tudo pode mudar! -Mudar o que? Onde você pensa que vai chegar? -O meu senhor, até onde minhas perna poder me levar. -Se possível um pouquinho mais pra lá. -O que não vai acontece é eu morrer aqui sem tentar -ENTÃO EU VOU ME RETIRAR!