Essa avenida não dá nem mesmo pra frente Mas talvez dê de repente Pr'uma fratura de céu Em que os meus sonhos pesados, pensados, passados Possam chover sem cair E nem tocar o chão E que a minha solidão Não sinta frio Num toque de asfalto Os meus passos caminham prum impasse fácil Pela ilusão de que andar é sair do lugar Eu corro pela paisagem e não encontro nova Meu estranhar ponho à prova Enfim encontro o céu E todos os seus reflexos Rebatidos por um véu de vidro Tenho um calafrio quando com um tráfego vazio Congestiono de pensar ninguém também Estou ali e isso me dá um arrepio falso Quando estar é ser aquém Não há nada além de um carro Estacionado Que espera como eu