Tempestade no horizonte Poeira nos olhos cai Restos do que se desfaz Busco abrigo na fronteira Com o que já ficou pra trás Só que já ficou pra trás Persistência da memória Com delírios tão reais Que o vento leva e traz Na prisão da mente Busco fuga ilhado em alcatraz Sob as ruínas de mim mesmo Condenado ao trabalho ininterrupto Que suga as energias que preciso Pra não explodir com a pressão que sinto Mas tô de volta à realidade depois do domingo Tão distante do outro Mais ainda de mim mesmo Entre o passado e presente Sinto falta do que não vivi Não se termina algo que não começou Experiências que não tive São lições que não aprendi Deito e levanto angustiado Entre paredes confinado A mesma dor O mesmo quarto O mesmo céu Sempre nublado Corpo usado E descartado Indiferença Por cansaço Subjetivo programado A se manter sempre calado A resistir desanimado A insistir sem resultados Os sentimentos abafados E me sentir mais limitado Tempestade no horizonte Poeira nos olhos cai Restos do que se desfaz Busco abrigo na fronteira Com o que já ficou pra trás Só que já ficou pra trás Persistência da memória Com delírios tão reais Que o vento leva e traz Na prisão da mente Busco fuga ilhado em alcatraz Onde se entra e não sai