Ouviram do Ipiranga às margens plácidas Nem sei o que isso significa De um povo heróico eu só vejo as lágrimas Só quem sofre com as sequelas acredita Quem descansa no seio da liberdade Tem herança, poder e um pouco de sorte Mas quem paga essa conta de verdade Quem realmente desafia a própria morte? Um sonho intenso pra quem tem comodidade Oportunidade, tá na frente da disputa Um pesadelo pra quem nunca foge à luta Maioria absoluta é quem sofre de verdade Enquanto isso, a imagem do cruzeiro Resplandece o desespero de um povo abatido E preocupado com o futuro da nação Sem saber se a educação vai ser mais um caso perdido Eu não discuto mais com donos da razão Que chamam de revolução o que foi uma ditadura São eles mesmos que desviam o auxílio Pra pagar conta do filho e brincar com nossa luta Honro a memória de Herzog, jornalista Professor, dramaturgista brutalmente assassinado Mais um exemplo da ideia moralista De um Brasil higienista sentir glória do passado E esse passado tá bem próximo de nós Será que continuaremos deitamos eternamente? Ou agiremos em defesa da justiça Para que não se repita tudo isso novamente? Terra adorada mas só pelo exterior Por que aqui dentro o governo é sem muita preocupação Enquanto isso as etnias na labuta Por direitos, pela luta de sua demarcação! Aqui na Paraíba Elizabeth, Margarida Lutaram contra o sistema Arriscando a própria vida “Da luta não fujo” era o lema E mesmo que me chame de inxirida Atrevida, abusada, maluvida De uma coisa eu sei Só eu posso dizer o que fazer Com a minha vida Vou me despedindo agora Sem tristeza, Sem demora Mulher macho, não Mulher forte, sim senhora