Eram uma vez os canaviais Muita gente neles a trabalhar Era uma vez uma grande indústria Usina Tanques S/A. Hoje só resta a lembrança Dos caminhões que não vão mais passar Carregados de açúcar e de cana E do apito da usina a ressoar. Fogo morto caracterizado No desastre que aconteceu Foi-se o Parque Industrializado E povo foi quem perdeu. Mas ainda pode ser fotografado O bueiro que ali sobreviveu Hoje, mudo, não tem mais apitado Ao redor tudo entristeceu. Ai, ai, ai disse a moça o menino e o rapaz A velha Usina muita falta ela faz Ai, ai, ai disse o homem a mulher e o rapaz A velha Usina sempre nos ajudava demais. Só restou na parede do ocaso Um letreiro já esmaecido Usina Tanques S/A no caso Sem mais cana sem bagaço muído. Alguns bens foram penhorados Com a justiça tendo deferido E venderam a caldeira DEDINE Outra Usina tinha adquirido. Assentou os ditos excluídos O INCRA tendo as terras encampado Lá na vila há ex-empregados Que num tostão sequer foi compensado Nossa grande feira-livre ficou fraca As finanças andam debilitadas Vamos aqui curtindo a lembrança Da Usina que hoje é tão lembrada.