De morreres de amores tu fingiste Meu juízo pacífico alopraste Meu castelo de sonhos tu ruíste Meu chuvisco sereno trovoaste Meus colchetes do peito tu abriste Os passeios venosos pressionaste Se meus doze por oito tu subiste Minhas fibras cardíacas infartaste O sofrer de minh’alma tu poliste Contra o próprio sangue guerreaste Baionetas e adagas preferiste O cachimbo da paz tu apagaste Nossos trilhos dormentes dividiste As camas sedosas encrespaste Nossos vinhos e jantas consumiste Teus caninos rangentes palitaste Quietude e sossego sacudiste Em motim que tu mesmo deflagraste Uma estátua de ódio esculpiste Na avenida que sem pudor barraste