A maior vitória de um coração partido É não dizer adeus, é não dizer adeus E já que o meu se desfez, sentido De fronte aos olhos teus, de fronte aos olhos teus E enquanto caminho para o altar Onde me deixa minha juventude O fato negro que envergo não me oculta a nudez Sempre se disse que um suspiro só E um beijo é só um beijo Mas se assim fosse nada valeria eu beijar-te outra vez Cálice que deixaste em teu lugar Foi um de amargura, foi um de amargura Mas o sabor que me deste a provar Ainda perdura, ainda perdura Depois de vinte anos em que a felicidade nunca dobrou a esquina E onde escondi do mundo inteiro a minha insensatez E acreditar que o mundo ainda é dos amantes Que caminham na borda da valina E de crer que um dia iria Beijar-te outra vez Não há saudade que o querer não satisfaça Sem torturar a alma E o perdão que peço não é pra quem não satisfez Enquanto a morte não me abraçar E um suspiro não for um suspiro só E um beijo, só um beijo for Deixa-me beijar-te outra vez E um beijo, só um beijo for Deixa-me beijar-te outra vez