Da janela do meu quarto Vejo a luz do quarto dela Quando a lua vem brincando Nos telhados da viela Vejo o sol de madrugada A beijar sete colinas Quando se espraia no cais Para espreitar as varinas Da janela do meu quarto vejo o mundo Tenho um mundo de poesia para ver Vejo alfama que labuta com ardor A sorrir e a cantar Vejo o tejo a espreguiçar-se lá no fundo Vejo a rua onde ela passa a correr Vejo a sé onde à tardinha com fervor Ela vai sempre a rezar Vejo pares de namorados Almas cheias de ilusões Toda a magia de um fado E a alegria dos pregões E à noitinha quando as sombras Vestem de luto a viela Da janela do meu quarto Vejo a luz do quarto dela