Esse cheiro da noite Só quem anda conhece É diferente quando amanhece É deixado pelo sol as conversas em alto tom, medíocres são trabalhadores do dia são sombras da noite nada é filosófico nada é poético nada sintético é um ranço de mau senso é viver seis dias de luta e o luto no dia seguinte a noite a origem o fim o sol é comer de serpente é arder o ardente é o estalo da língua é a íngua que nunca cura a febre que tortura o corpo feito um bife batido a martelo e aí vem o sol que é sempre a cura do couro do boi é a cegueira é como dormir tarde e acordar de madrugada sem sono beber água e rever um filme pela décima vez tem que mudar nem que seja pra pior