Em um mil e novecentos, no estado da Bahia Um ricaço fazendeiro, por nome de Jeremias Leu a sorte do seu filho com a cigana Maria Ela disse meu amigo, me corta o coração Mas se veio pra saber, vou lhe dar explicação O seu filho vai morrer no chifre do boi Tufão Fazendeiro Jeremias mandou chamar o empregado Vai buscar o boi Tufão, deixa ele encurralado Amanhã, rompendo o dia, o boi vai ser degolado O moço era obediente No cavalo foi montando Saiu pelo pasto afora Com o coração sangrando Desceu o chapéu no rosto Pra ninguém lhe ver chorando Mataram o boi Tufão, os anos foram Passando A cabeça do animal, no quintal ficou rolando Naquele mesmo lugar, menino estava brincando E na hora do almoço A sua mãe lhe chamou Garoto saiu correndo, numa pedra tropeçou Caiu na ponta do chifre do boi que seu pai matou! Naquele sertão bravio, nada poderam Fazer Foram chamar o doutor, ele não pôde atender O seu pai em desespero, vendo seu filho morrer Menino falou baixinho Papai preste atenção Eu vou pra junto de Deus Me tenha no coração Meu destino era morrer no chifre do boi Tufão