Que saudade, que saudade Do meu tempo de criança Chapeuzinho de barbela Cabelinho ainda de trança Candeeiro do meu pai Nas lidas de carro de boi Que saudade, que saudade Desse tempo que se foi Candeeiro, candeeiro Candeeiro do sertão Vai gritando com a boiada Cheio de satisfação Eu chamava os bois de guia Vem Bargado, vem Solidão Meu pai lá da traseira Chacoalhava as argolas da vara de ferrão O carro cantando bonito Deixava dois riscos no chão A boiada arrastando os pés Fazia um poeirão À tardinha de volta No terreiro da fazenda Mamãe me esperava Com seu vestido de renda Eu chegava bem cansado Mas com a ajuda de um peão Descangava a boiada E guardava o meu ferrão Candeeiro, candeeiro Candeeiro do sertão Camisa aberta no peito E na cinta o seu facão Muitas lágrimas derramei Escrevendo esta canção Com saudades da boiada Do meu carro de boi Do meu lindo sertão Do meu tempo de candeeiro Cortando estradão Pisando areia quente Areia quente do chão Pisando areia quente Areia quente do chão Vem Bargado, vem Solidão