No dia que eu nasci Cantou o galo no poleiro Eu sou a rapa do tacho Da família de violeiro Papai ficou tão contente E saiu lá no terreiro E gritava de alegria Ele vai ser catireiro Fui crescendo e fiquei moço Tenho o sangue de mineiro Meu pai me deu uma viola Que custou muito dinheiro Fui aprendendo aos pouquinho Nos dedos eu fiquei ligeiro Os convite pra cantar Eu recebia primeiro Comprei um cavalo pampa Um laço couro mateiro Uma sela prateada Mandei vim do estrangeiro Nas festas que eu sou chamado Gosto de chegar primeiro As mocinhas me abraça Jogando água de cheiro Dos treze irmãos sou o último Zé Dante é o primeiro Na casa de pau a pique Lá na serra dos Pereira Foi aonde eu nasci De dezembro a janeiro Pra criar seus treze filhos Meu velho foi violeiro